As Práticas Colaborativas no Direito surgiram nos Estados Unidos, no início dos anos 1990, quando um advogado de direito de família, diante dos efeitos negativos dos litígios judiciais, decidiu atuar longe dos tribunais, dedicando-se com exclusividade à construção de acordos entre as partes em conflito.
Pouco tempo depois, com as contribuições de uma advogada e uma psicóloga americanas, percebeu-se frutífero agregar o trabalho de uma equipe multidisciplinar à Advocacia Colaborativa, tendo surgido, assim, uma nova forma de gestão de conflitos: as Práticas Colaborativas.
Neste método não-adversarial de manejo de conflitos, os profissionais colaborativos e seus clientes assinam um termo de participação, e os advogados, por sua vez, assumem o compromisso de não-litigância e de transparência na negociação.
Estes advogados, já desarmados, passam, então, a agir de forma colaborativa, pautados pela boa-fé, trabalhando em convergência e não mais em oposição, com o fito de construção de acordos de benefício mútuo para seus clientes.
Nos últimos anos, o Brasil tem se deparado com inúmeras discussões sobre os meios adequados de resolução de conflitos, especialmente após a Resolução 125 do Conselho Nacional de Justiça, que prevê o adequado tratamento do conflito. A Lei de Mediação e o novo Código de Processo Civil foram também inovações legislativas importantíssimas no fomento dos métodos consensuais de manejo de controvérsias.
Quando em todo o mundo discutiam-se métodos pacíficos de solução de conflitos, as Práticas Colaborativas alastraram-se pelos Estados Unidos e chegaram com força a países como França, Suíça, Canadá, Austrália e, particularmente, ao Brasil.
Neste cenário, em 2013, com a união de profissionais colaborativos de Rio de Janeiro e São Paulo, as Práticas Colaborativas receberam o Prêmio Innovare na categoria Advocacia, com o texto “Práticas Colaborativas no Direito de Família”. No ano seguinte, após a 1a Capacitação Nacional em Práticas Colaborativas, que formou mais de 150 profissionais colaborativos, foi criado o IBPC – Instituto Brasileiro de Práticas Colaborativas.
Desde então, o IBPC já realizou oito cursos em diferentes regiões do Brasil, tendo capacitado mais de 1000 profissionais colaborativos no território nacional.